Estou há duas ou três horas a ver o Cleópatra de Mankiewicz, impressionado com os cenários e com a interpretação de Rex Harrison/Júlio César — para não falar de Liz Taylor, claro, da maquilhagem excessiva dos olhos violeta de Liz Taylor e do extraordinário busto, do narizinho empinado e da altivez de esfinge. Detive-me na cena em que, com Marco António de partida para Roma, Cleópatra pergunta como poderá viver longe dele. "Viverás como eu", diz o romano. "Inspirando e expirando". Trata-se, parece-me, de uma excelente lição para tudo o que está para vir. Inspirar primeiro, expirar depois. Inspirar. Expirar. Inspirar...