Adoro o carácter fofinho do politicamente correcto. Por exemplo: acabo de tomar conhecimento de que se assinala hoje o Dia Nacional da Igualdade Salarial, "uma data que nos relembra da diferença salarial existente entre homens e mulheres e que deve continuar a ser combatida". Não podia estar mais de acordo. Aguardo ansiosamente, aliás, pelo dia em que o meu salário seja — já não digo igual, mas — vagamente equiparável ao da senhora que ocupa o cargo de CEO da Sonae, a qual era presidente do Conselho de Administração da empresa Público-Comunicação Social, SA à data em que, com mais meia centena de trabalhadores, fui objecto de um despedimento colectivo. Suponho que seja uma querida.