quarta-feira, 20 de agosto de 2025

As férias como uma certa forma de infância

 Ao fim da tarde, o nosso novo vizinho abranda a carrinha ao pé da esplanada e, pela janela da viatura, oferece-nos uma garrafa de ginjinha. Depois, pela primeira vez desde que chegámos, o tempo arrefece de forma acentuada e exige-me que vá ao carro buscar o agasalho até agora inútil, o que parece uma antecipação triste do regresso à cidade grande, ao metro cheio, provavelmente à chuva. Disfarço, mas sinto a mesma vontade de chorar de outrora, quando era gaiato e, de manhã cedo, o táxi nos levava de regresso à estação dos comboios.