terça-feira, 10 de novembro de 2020

Um energúmeno será sempre um energúmeno

Para ser absolutamente franco, a coligação do PSD com os racistas fascistóides nos Açores surpreende-me tanto como uma bátega no Inverno. Um energúmeno é sempre um energúmeno, por muito que procure manter a pose de estadista diante das câmaras de televisão. E espanta-me ainda menos que o líder social-democrata não afaste a possibilidade de se aliar aos xenófobos também no continente, desde logo porque o PSD é e sempre foi um partido sem princípios e para o qual vale tudo quando se trata de chegar ao poder, desde logo porque a passagem pelo Terreiro do Paço, e os bons serviços aí prestados aos donos disto tudo, costumam depois render-lhes bons empregos vitalícios. Já o argumento invocado para a aliança, não sendo particularmente original, parece saído de um manual de hipocrisia política. Diz Rui Rio que o tal partido cujo nome nunca escrevi (e não vou começar agora) se moderou nos Açores. A menos que se tratasse de um assomo de ingenuidade e candura, bastante improvável tendo em conta o animal em cogitação, só pode ser entendido como uma justificação abjecta. Num texto que escreveu em 1937, Hitler ans his choice, Churchill também notava que os discursos mais recentes do ditador alemão se caracterizavam, às vezes, "pela candura e pela moderação", concedendo-lhe, por isso, o benefício da dúvida. A chamada "política de apaziguamento" acabou, todavia, conforme se sabe. Mas Rio não deve ter estudado História.