domingo, 20 de setembro de 2020

Gostar de ciclismo (obrigado, Tadej Pogacar)

Tenho vários motivos para gostar de ciclismo e para perder tardes inteiras a acompanhar as transmissões em directo de todo o género de corridas, voltas e grandes prémios. Desde logo por ser possível dormir belíssimas sestas enquanto o pelotão sobe o Angliru ou o Tourmalet, nomeadamente nas etapas que fazem lembrar o filme Les Triplets de Belleville, de Sylvain Chomet, e ameaçam transformar-se num soberano aborrecimento e não sair do sítio (conforme sucede ao personagem daquele filme de animação, condenado a pedalar sempre no mesmo lugar). Mas depois há tardes de glorioso heroísmo e superação, como ontem sucedeu no contra-relógio que devia ter coroado Primoz Roglic como vencedor da Volta a França e, afinal, permitiu ver Tadej Pogacar pedalando como um pequeno deus endiabrado. Tadej tem 21 anos (faz 22 amanhã) e correu este ano o Tour pela primeira vez. No ano passado tinha ficado em segundo na sua primeira Volta a Espanha. É um ciclista inacreditável e inspirador. Obrigado.