terça-feira, 21 de junho de 2011

A noite em que Sancho Pança se borrou no meio do mato

Lido, D. Quixote de la Mancha é ainda melhor do que eu me lembro dos desenhos animados que vi quando era catraio. A dado passo do capítulo XX, e estando à beira de se borrar de medo por causa de uns barulhos enormes que se produziam entre o breu, Sancho Pança, o fiel escudeiro do cavaleiro da triste figura, sente que as tripas se lhe revolvem e não se prendeu com meias medidas: deixou cair as calças e, pondo a nu a "bunda cúspide, majestosa", "largou um estrépito". Sentindo o que lhe vinha pelo olfacto, pergunta-lhe D. Quixote:

— Parece-me, Sancho, que estás com muito medo!
— Ora se estou! Mas em que é que acha Vossa Mercê que estou com mais medo agora do que há pouco?
— É porque cheiras que tresandas e não é a rosas... (...) Tira-te lá para longe. Arreda-te três ou quatro passos de mim para fora. (...) A culpa bem sei onde está... Na confiança que te tenho dado, meu porcalhão!


Se isto não é grande literatura...