quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
No futebol como na literatura (duas modalidades em que quase fui um bom praticante)
Imitando meio mundo literário e anexo, também eu me transferirei, a partir de amanhã, para a Póvoa de Varzim, a fim de participar nas Correntes d’Escritas, um evento que tem o duvidoso gosto de me deixar fazer de conta que sou um escritor a sério. Enquanto não me meto ao caminho, enfrentando a Scut e os seus mirabolantes pórticos, tenho ainda que acabar de digerir uma porção considerável de rojões com batatinhas, que escrever uma notícia perfeitamente irrelevante e que disputar um aguerrido jogo de futebol de cinco. Ficarei limitado, neste promissor regresso à modalidade que quase me consagrou, a uma actuação como guarda-redes, por força de uma lesão contraída na última sessão de running. Já no que à minha actuação literária diz respeito, sejamos realistas: não é aconselhável alimentar grandes expectativas. Jogarei à defesa, com incursões atrevidas no contra-ataque, como qualquer clube da terceira divisão quando tem que defrontar o FC Porto para a Taça de Portugal. Mas é tal qual dizem os paineleiros desportivos: nunca se sabe quando uma agremiação humilde se transforma num tomba-gigantes (mesmo que estejamos só a falar do tamanho dos copos no bar do hotel).