quarta-feira, 21 de julho de 2021

Acabar com a bandalheira













São quase três da tarde e, após a cabidela em casa da mãe, este é um assunto que me mobiliza extraordinariamente. É necessário acabar o quanto antes com a bandalheira e agradeço que, de preferência, comecem por aquilo que é mesmo importante, desde logo pelos assuntos que realmente mobilizam um desocupado em jubiloso trâmite pós-prandial. 

De acordo com o jornal El País de hoje, os energúmenos das companhias de telecomunicações espanholas ter-se-ão comprometido a passar, enfim, a cumprir a legislação que desrespeitam há décadas. Refiro-me, bem entendido, à proibição de acossar cidadãos honestos e desprevenidos durante a sagrada hora da siesta. Será possível, doravante, que um cavalheiro termine uma refeição decente, tome o seu café, fume a sua cigarrilha, se calhar um uísque ou alguma coisa que ajude o bom trânsito digestivo — e se deixe depois dormir como manda a tradição e o bom senso, dedicando as energias do corpo ao correcto processo de assimilação das proteínas e das vitaminas, sem correr o risco de ser incomodado pelo telefonema que lhe proporá novos serviços, mais não sei quantos gigas de internet e 15 canais que jamais verá, tudo em condições muitíssimo vantajosas, como de costume.

Os países desenvolvidos distinguem-se pela protecção que garantem às inalienáveis liberdades dos seus cidadãos. As empresas de comunicações são, infelizmente, soezes e maliciosas em todas as partes do mundo. É necessário, assim, que alguém as ponha na ordem. Caso contrário... zz... existe o risco nada... zzzzzz... menosprezável... zzzzzzz... de que se instale... zzzzzz... o caos social e a bandalhei... zzzzzzzzzzz......