terça-feira, 14 de outubro de 2014

Voltar para a cama

O Eduardo Dâmaso escreve hoje, na última página do Correio da Manhã, uma frase inquietante, segundo a qual as ideias de Rui Rio "convergem totalmente com as de António Costa". O autoritário, pequenino e mesquinho ex-autarca do Porto estará, por isso, "pronto para um governo de unidade nacional, seja isso o que for", com Costa. Espreito pela janela o céu toldado de nuvens, o frio do Outono avançando pela cidade encharcada, e o cenário traçado naquele artigo, e noutros cada vez mais frequentes, parece-me assustador, triste e opressivo com uma tempestade. Penso nisso e tenho vontade de voltar a fugir para o morno da cama, de lá ficar encolhido até que amaine esta insânia toda. Ao contrário do que sucede com o estado do tempo, relativamente ao qual se sabe que mesmo o mais negro dos invernos acaba por ter um ou outro dia de sol, parece que, no país, a seguir a um aguaceiro particularmente copioso é sempre possível que as coisas ainda fiquem piores.