Cumpre-me informar que gramo muitíssimo a proposta de Orçamento de Estado que o governo apresentou esta semana.
A grande novidade são os cupões. Vai haver distribuição de cupões para gastos com educação e para andar nos transportes públicos. No caso dos cupões para a educação, sublinhe-se, não é especificado que tenham de ser gastos na escola pública. É uma omissão honesta, uma vez que existem fundadas razões para suspeitar que a escola pública, com este governo, não sobreviverá o tempo necessário para que se possam gastar lá os cupões.
Mas é louvável, em todo o caso, este apego do governo pelos cupões. Creio, aliás, que ainda é possível que, em sede de discussão na especialidade, o governo consiga ressuscitar as senhas de gasolina e os tickets restaurante.
Por outro lado, e enquanto indivíduo obrigado a viver no planeta Terra, também aprecio muito a fiscalidade verde. Quando for às compras, por exemplo, vou continuar a precisar do mesmo número de sacos para conseguir fazer com que os víveres cheguem a casa com alguma comodidade. Como até aqui, aproveitarei os que não se tiverem rompido durante o transporte e deitarei os outros ao lixo. Mas ao fim de muito pouco tempo terei gasto em sacos algumas notas verdes de cinco euros. Não sei se o planeta agradece, mas a mim aborrece-me um bocadinho.
