sábado, 18 de fevereiro de 2012
O estranho caso do público das artes plásticas
Imagine-se: Joan Miró, Antonio Saura, Nikias Skapinakis, José de Guimarães, Antoni Tàpies, Gerardo Burmester, Albuquerque Mendes, Alberto Carneiro, Luís Noronha da Costa, Manuel Millares e Gerardo Rueda, todos juntos, ou ao menos exemplos das suas obras, todos juntos, dizia, num só local, que, porém, não é Serralves, não é o Museu Berardo, não é a Rua de Miguel Bombarda em tarde de inaugurações. Estes artistas, e muitos mais, estão há algum tempo reunidos em Matosinhos, no Centro de Arte de Matosinhos, na antiga garagem dos paços do concelho. Estive lá esta tarde. Para ser exacto, estive lá eu e esteve mais um casal, apenas três pessoas circulando entre obras de arte. Pergunto-me o que é feito da multidão entusiasta, cosmopolita, bem vestida, que vai a Serralves e beberica cocktails na Miguel Bombarda quando é dia de festa. Onde estão no resto do tempo? Interessam-se realmente pela arte ou apenas circulam nos museus e galerias para fazer sala e mostrar a roupa?