sexta-feira, 4 de março de 2011
Tenho, entretanto, que passar em qualquer lado para comprar o Dublinesca
Na entrevista que, há dias, concedeu ao Ípsilon a propósito da edição de Dublinesca, perguntaram a Enrique Vila-Matas se espera ser lido daqui a cem anos. A resposta é um tratado de humor: “Nessa altura terei 162 anos e estarei interessado noutras coisas, como ir buscar os netos dos meus netos ao colégio, por exemplo”. O interrogador, porém, não responde à provocação e pergunta-lhe, antes, algo sobre o risco de desaparecimento da literatura. No final dessa espécie de monólogo patafísico em que a entrevista se transforma, Enrique conta que se iniciou na literatura por causa de um equívoco, quando, na verdade, esperava vir a ser tenista. Ou muito me engano ou o próximo Vila-Matas terá um narrador que fracassou em transformar-se no Rafael Nadal.