quarta-feira, 2 de março de 2011
As delícias da cinefilia japonesa
Um clássico é sempre um clássico - e um clássico japonês é um filme com certas necessidades específicas, como ter tomado três cafés antes de entrar na sessão, não ter jantado e ter dormido 14 horas na noite anterior. Visto que sou, porém, um pouco inconsciente, dediquei a noite de ontem às delícias da cinefilia e fui ver, em regime pós-prandial, Rua da Vergonha, de Kenji Mizoguchi, um filme de 1956 rodado no bairro do prazer (Yoshiwara) da Tóquio antiga. Tudo muito certo. A sala estava quase cheia e eu, a dado passo, dormitei um bocadinho, mas apenas por um brevíssimo instante, pois tinha uma senhora de cada lado e tive vergonha de que percebessem que sou ignorante ao ponto de dormir em plena fruição de um Mizoguchi (acordei, de uma das vezes, com o riso da senhora do meu lado esquerdo e supus, por isso, que ela se estava a rir de mim). A segunda parte do filme correu um bocadinho melhor, fundamentalmente porque era mais curta. Uma das protitutas era bonita, mas não vi ninguém conhecido.