Ainda na sessão na Escola de Idiomas de Vigo, a Silvia Capón comentou que estava convencida de que todos os escritores são insones e, por isso, impelidos a escrever febrilmente pela noite adentro, como loucos rompendo por um incêndio. Sosseguei-a e confirmei aquilo que ela já tinha lido — que sou um indivíduo que dorme cedo e que necessita de várias horas de sono, o que muito provavelmente me desqualifica para a prática comum da literatura (mas não me espanta particularmente). Em todo o caso, são dez da noite, está um frio brutal na rua (qualquer frio me parece brutal) e tudo o que me apetece fazer é deitar-me debaixo dos edredões e dormir até que o Inverno passe.