quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um rosto para Arturo Bandini



As coisas, às vezes, confundem-se-me no miolo de um modo que fica a dever muito pouco à normalidade. Por exemplo, adormeci um noite, em Vigo, a ler as últimas páginas de A Primavera há-de chegar, Bandini, o romance de John Fante, e, no dia seguinte, pela manhã, fui ver a exposição de Virxilio Vieitez. Como ainda não sabia muito bem que rosto atribuir a Arturo Bandini, o adolescente sujo e revoltado do romance, foi relativamente fácil imaginá-lo igual a um daqueles rapazes mal-ajambrados de Soutelo de Montes.