sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Água fresca
















Fonte da Vila, Castelo de Vide, Agosto de 2014

Alguma coisa no velho me fez pensar no meu tio Luís (mas eu lembro-me muito do meu tio Luís de cada vez que volto à vila e percorro as ruas). Vi-o subir a rua, rodear o murete branco que cerca a fonte como um abraço e pousar a vara que lhe serve de bengala. Aproximou-se de uma das quatro bicas de água fresca e tomou um gole. Refrescou a cara e partiu pedindo que o não matasse com o aparelho que lhe havia apontado. Sorriu. Eu sorri também e continuei sentado junto à fonte que é como um refúgio e um ninho — um intervalo. Ali ficámos sonhando juntos.