Entretanto, do outro lado da barricada (supostamente), o ministro da Economia do governo (supostamente) socialista saudou, em declarações às televisões, a capacidade de resistência das empresas portuguesas à crise. Os trabalhadores portugueses, pela parte que lhes toca, sabem perfeitamente como é que as empresas resistem: ainda ontem se soube que a Citröen de Magualde recontratou os funcionários que recentemente despediu, pagando-lhes agora um pouco menos. É para isto, no fundo, que servem as crises. Há por aí tantos carros jeitosos e tantos apartamentos virados para o mar, que quase seria pecado que o dinheiro não estivesse onde faz realmente falta.