segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Facilitismo
Do alto daquilo que de pior tem feito ao país, e apesar do susto que apanhou nas eleições europeias, o supremo engenheiro declarou hoje que a redução das taxas de insucesso escolar não se deve a nenhum tipo de facilitismo. Enganará algumas pessoas - cada vez menos, porém.
Basta termos filhos na escola para ficarmos com uma ideia sobre como funcionam as coisas e sobre como se reduzem as taxas de insucesso (no fundo, e se quiser ser absolutamente sincero, já era assim no tempo em que eu frequentei a escola - com sucesso, pasme-se). Na turma da minha filha, por exemplo, há alunos que não tiveram uma única positiva durante todo o ano lectivo e que, no fim, passaram de ano. Como? Foi o que eu perguntei. E a resposta é tão simples como "pediram recurso das notas" e, depois, esta professora ou aquela deu-lhes positiva. Facilitismo? Claro que não! Os pais daqueles alunos devem ter tido que assinar um requerimento ou um formulário qualquer, coisa que, como sabemos, constitui uma enorme trabalheira.
Não se trata, assim, de insultar o trabalho dos professores, dos pais e dos alunos quando se supõe que a diminuição dos níveis de insucesso se deve a puro e simples laxismo por parte do Estado e da Escola. É, antes, o engenheiro Sócrates que insulta a nossa inteligência de cada vez que se empenha em negar o óbvio.
Lá para Outubro, receio, haveremos de pagar todos por este erro.