quarta-feira, 14 de abril de 2021

Não-Correios de Portugal, SA










Por ser assunto de interesse público, partilho com os veneráveis leitores a resposta que recebi da CTT-Correios de Portugal a uma reclamação relativa a um livro que enviei no dia 12 de Março e que nunca chegou ao destinatário:

Prezado Cliente

Mereceu a melhor atenção a sua comunicação, enviada aos nossos serviços, efectuada no Livro de Reclamações sobre o envio de uma correspondência.

Relativamente à situação descrita informamos que, lamentavelmente, as averiguações desencadeadas no sentido de apurar o motivo da citada anomalia, nestas circunstâncias, revelam-se infrutíferas. Tratando-se de objectos não registados, que não deixam vestígios da sua passagem nos nossos circuitos, uma vez que não dispõem de qualquer tipo de código ou identificação única que permitam o seu rastreio durante as várias etapas do circuito postal, torna-se muito difícil apurar, em caso de anomalia, em que fase do seu tratamento poderá a mesma ter ocorrido, ou mesmo, confirmar a data de aceitação ou da sua recepção, pelo destinatário.

De referir que devido às próprias características da actividade dos Correios e do volume de tráfego nem sempre é possível garantir o cumprimento dos padrões de qualidade definidos, para a totalidade dos objectos. sendo que a prestação dos serviços de correio, incluindo o registado, correio azul e o correio normal, não envolve para os CTT uma obrigação de distribuição de todo o correio em prazo certo. Os prazos mencionados existem apenas enquanto padrão de referência, cabendo ao remetente a opção pelo tipo de envio. 

Os CTT, como qualquer empresa fornecedora de serviços, comercializam uma gama diversificada, à qual correspondem atributos e tarifas diferenciadas. Cabe ao Cliente, a opção do tipo de envio consoante as suas expectativas ou exigências, e apenas o envio por Express Mail, permite garantia em prazo pré determinado e indemnização por incumprimento, em determinadas circunstâncias.

Pelo incómodo verificado apresentamos  o nosso pedido de desculpas.


Ou seja: os Correios não se responsabilizam pelo correio e muito menos pela sua entrega. É um serviço público muito sui generis na medida em que... não é serviço nenhum. Era muito mais eficiente, pois, no tempo dos senhores da fotografia anexa, os quais, em vez de desculpas, entregavam efectivamente cartas, encomendas e bilhetes postais.

Aprecio tanto do liberalismo e as respectivas privatizações.


P.S.: cerca de um mês e meio depois, o livro apareceu. Ou seja: o correio normal dos CTT demora um mês e meio a chegar de Ramalde a Aldoar.