Mesmo não tendo participado em entediantes debates, nem tendo sido entrevistado pelo servil Vítor Gonçalves, o candidato Manuel João Vieira já é, de longe, a personalidade mais influente do ano. Caso haja alguma dúvida, basta ver como as promessas de vinho canalizado em todas as casas, fontes de bagaço nas praças, patinadoras russas para todos os homens e um Ferrari para cada português obrigaram Luís Montenegro a reagir. O primeiro-ministro propõe, espantem-se à vontade, ordenados mínimos de 1.600 euros e ordenados médios, vamos lá ser mesmo malucos, de três mil euros. Sabemos que a proposta do governo de aumento do subsídio de refeição não dá para comprar um molete. Mas, se o Vieira mantiver a candidatura até meados de Janeiro, ainda é possível que Montenegro nos prometa que vamos todos ser suecos, louros e herdeiros universais do Elon Musk.