Esta tarde, enquanto os canais de televisão se ocupavam a escalpelizar os discursos de ocasião do Portugal engravatado, alapado no Parlamento, uma multidão em festa reinventou o 25 de Abril. Havia os activistas, os putos rebeldes e anarcas, mas também artistas de teatro, músicos, professores universitários, funcionários públicos, cientistas, programadores culturais, gente, enfim, de várias idades e tendências, que se juntou espontaneamente para demonstrar que os actos estúpidos como aquele que a Câmara do Porto praticou na semana passada não são admissíveis numa sociedade livre. Era uma pequena causa — devolver a escola da Fontinha ao povo —, mas foi ela que nos juntou. Foi uma festa bonita, pá.
