Trata-se de um paradoxo divertidíssimo, desde que, claro, ainda se possua algum sentido de humor: inúmeros indivíduos têm passado os últimos dias nos vários canais de televisão garantindo que "os portugueses não querem eleições". Ora os graves sujeitos que o afirmam categoricamente são curiosamente de nacionalidade portuguesa e estão mortinhos por ir a eleições, ao ponto de terem forçado a sua inevitabilidade. Mas é muito possível que tais murcões, embora desejosos de ir a eleições, detestem as eleições em geral. Não conheço, por outro lado, nenhum dado objectivo que sustente a ideia expressa por aqueles patetas travestidos de ministro, secretário de Estado e autarca. Mas, sendo português, pelo menos tão português como qualquer um, eu gosto muito de ir a eleições. Suspeito de que não serei o único.