Israel interrompeu unilateralmente, esta noite, o cessar fogo em Gaza e matou mais algumas centenas de seres humanos que dormiam pacificamente nas suas casas (sem água, sem luz, sem esgotos, sem comida). Mas não servirá de nada que lhe chamemos genocídio, que critiquemos a conivência e o apoio militar norte-americano ou que estranhemos o ensurdecedor silêncio do mundo. É possível esperar que, tal como sucedeu com os antigos algozes dos judeus, a História acabe, algum dia, por julgar e condenar a longa atrocidade cometida por Israel. É também provável que, depois de algum tempo, os falsificadores do passado procurem convencer-nos de que não aconteceu nada.