quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Duzentos anos de independência, sentido de Estado abaixo de zero

 

Apaixonei-me pelo Brasil há muitos anos, embora a nossa relação nunca tenha ido além do namoro platónico, inconsequente e não correspondido, um pouco como sucede numa canção do Seu Jorge. Também me habituei a que assim fosse e a não esperar mais do que aquilo que posso ter. Mas entristece-me um pouco, pelo carinho que ainda lhe tenho, ver o Brasil em tão más companhias, mal falado, entregue a um cretino bandido e cafajeste, incapaz do menor sentido de Estado sequer na hora em que o país comemora os duzentos anos da sua independência. Jair Bolsonaro transformou aquilo que devia ser uma festa nacional num comício fascista, medieval e de um gosto atroz, durante o qual chegou a recorrer ao insulto mais imbecil e repetiu mentiras eleiçoeiras tão primárias que apenas fanáticos descerebrados podem levar minimamente a sério (mas eles são legião...). Coitado do Brasil. Tão lindo e, afinal, entrega-se a qualquer um.