Dentro da folha da tangerineira está já, em potência, o perfume inteiro dos frutos que o Outono fará nascer. Se o frio tardar, se ainda é Junho e tempo de cerejas, da explosão da fresca carne das cerejas no oco da boca, aproxime-se da árvore; caminhe em torno da árvore e procure aspirar o ar que a brisa faz passar entre os galhos. Se não sentir ainda o perfume dos frutos, arranque uma folha da árvore e quebre-a com os dedos; esmague-a entre os dedos. As tangerinas, a sua memória ácida e doce, ficarão impregnadas nas suas mãos. Cheire as suas mãos enquanto come cerejas.