quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Dos belos amanheceres










Certos dias iniciam-se dolorosamente, com uma dor nas costas que nos interdita o próprio caminhar. Outros, como hoje, começam com belas surpresas que nos reconciliam com as coisas do mundo e diálogos inteligentes. Como isto. Ou isto.

Aproveito, pois, a boleia do mestre Fernando Alves para anunciar que chegará às livrarias, daqui a uma semana, o meu livro mais recente, A Última Curva do Caminho, o qual, na respectiva contracapa, se apresenta assim ao mundo:

Retirado do fragor apressado da capital e das obrigações mundanas, um velho professor jubilado prepara-se para morrer. Olhando a ruína da casa dos avós a partir da última curva do caminho que ali conduz, recorda o garoto que foi e tudo o que lhe sucedeu depois: o triciclo que teve em África, a primeira bicicleta, o charco dos girinos, os livros que escreveu e as mulheres que amou. 

Partindo de uma pícara lenda familiar e do lento mergulho nas coisas do passado, o catedrático Nicolau Coelho constrói uma narrativa íntima e nostálgica, durante a qual não deixa de ponderar, com certa ironia, sobre a intolerável velocidade das coisas do presente, dos automóveis à chamada inteligência artificial. 

Mais do que um romance, A Última Curva do Caminho constitui um acto de resistência e um manifesto em defesa da lentidão, da liberdade individual e do direito à eutanásia, com um enredo marcado pelo processo de envelhecimento, pela doença, pela solidão e pela perplexidade diante da inevitabilidade da morte.