Há pouco quem, nos últimos meses, não tenha aproveitado toda e qualquer aparição pública mediática para perorar sobre o chamado elevador social. Supondo que os comentadores e paineleiros políticos e económicos não pretendem aludir aos ascensores que em certos edifícios colectivos de maior pedigree se destinam ao uso da criadagem, causa-me uma certa impressão que quase todos os analistas convirjam na ideia segundo a qual o dito elevador não funciona. Ora, conforme é do conhecimento de qualquer atrasado mental, um elevador ou um banal monta-cargas são aparelhos que servem para subir e descer. E o nosso (dito) elevador social desce que é uma maravilha. Serve exactamente para o objectivo para o qual foi criado: manter, e se possível aumentar, as distâncias entre os ricos e os outros.