Segundo o jornal El País de hoje, os mais recentes avanços da genética têm vindo a reforçar a ideia de que os neandertais não se extinguiram para dar lugar ao homo sapiens, tendo antes sido integrados por esta nova espécie. É provável, assim, que tenham beneficiado da política inclusiva das espécies mais evoluídas para progredirem alguma coisa, misturando-se e confundindo-se.
Continuando a extrapolar a partir dos dados da genética, temos de admitir como verosímil a possibilidade de os neandertais continuarem a viver entre nós, em quase nada se distinguindo dos sapiens sapiens comuns. Esta eventualidade ajudaria a explicar, por exemplo, o carácter patibular, retrógrado e atrasado de uma parte significativa da população mundial, bem como o facto de, postos a exercer o direito de voto, os neandertais conseguirem, às vezes, eleger políticos cuja existência também só se percebe completamente à luz da permanência destes humanos de uma outra espécie entre os sapiens sapiens.
Analisando as coisas por este prisma, o enredo do filme Planeta dos Macacos adquire uma verosimilhança extraordinária. Ainda não chegamos aos chimpanzés e aos orangotangos, mas é um pouco inquietante saber que os neandertais já ocupam cargos de importância vital, da Casa Branca ao Palácio do Planalto. Têm sede de poder e é possível que já nos governem e que queiram realmente subjugar-nos e submeter-nos às suas toscas ditaduras selvagens.