Estava escrito nas estrelas que o presidente da república — trata-se, afinal, do mesmo indivíduo que há alguns anos lançou o país num inútil referendo ao aborto — enviaria a lei que procura regulamentar a eutanásia para o Tribunal Constitucional; e que os doutos juízes encontrariam um pretexto qualquer para chumbar o documento. O problema, creio, radica na própria ideia de legislar sobre a morte assistida. O que deve ser feito, e sem mais demora, é eliminar os preceitos existentes na legislação actual que impedem os cidadãos de exercerem o inalienável direito de decidirem com inteira liberdade o que pretendem fazer com as próprias vidas. Só então começaremos a ser realmente livres.