sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dos presságios (actualizado)

À medida que se aproxima o recontro final entre a tripulação do Pequod e Moby Dick, adensam-se os sinais de que o capitão Ahab, a despeito de todos os maus presságios, está tomado por uma espécie de loucura, ou simples teimosia, encaminhando o navio para a desgraça anunciada. Não sei como termina o livro, mas, assim de repente, Ahab assemelha-se bastante a Pedro Passos Coelho, devidamente acolitado por figuras obscuras que só por acaso não se chamam Relvas, Gaspar ou Portas. As bússolas do barco estão avariadas e o único salva-vidas a bordo é o que resta de um caixão.

P.S.: é só para dizer que, no livro, o Pequod vai o fundo e a tripulação inteira falece, com excepção de Ismael (alguém tinha de contar a história). No país, e a avaliar pela frequência dos restaurantes para os almoços de domingo, a coisa também já não deve tardar muito. Talvez, enfim, me possa safar como narrador do desastre.