quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O senhor Bloom


A epopeia ainda vai no adro, ainda não partiu de Londres, pelo que esta é, muito provavelmente, uma opinião precipitada e palerma (não o são todas?). Uma Viagem à Índia, o último de Gonçalo M. Tavares, tem-me remetido, em todo o caso, para os livros da série O Bairro – mas como se, ao contrário dos senhores Valéry, Calvino, Juarroz ou Walser, o senhor Bloom fosse incapaz de assentar, de alugar uma casa ou contrair um empréstimo, de comprar móveis e tachos, e necessitasse, antes, de vagabundear pelo mundo e de levar as suas melancolias para muito longe, para onde o não conheçam e onde não tenha vizinhos nem plantas para regar.