1. Cerca de 75 por cento dos votos expressos nas eleições presidenciais ficaram concentrados nos representantes da união nacional que se governa em Portugal há 80 anos. A maioria dos portugueses, porém, não quer saber; encolhem os ombros, como faziam no tempo da outra senhora. São cúmplices.
2. Sobre o indivíduo que vai continuar a ser o chefe desta espécie de Estado, já disse o que tinha a dizer. Lamento, portanto.
3. Para além das restantes e já conhecidas habilidades, Cavaco ainda aprendeu entretanto, com o ignóbil Rio, a (pelo vistos) muito apreciada arte de sacudir água do capote diabolizando a imprensa. Um dia haverá uma só verdade: a que eles quiserem.
4. A votação demonstra, outra vez, que os portugueses não querem saber de que cepa são feitos aqueles que governam o país. Os jornalistas não servem para nada. Devia, por isso, passar a identificar-me como lixeiro, até porque não estou a ver nenhuma outra actividade na qual um inútil como eu possa ganhar a vida. Mas talvez experimente a política.
5. Votei em Fernando Nobre, mas obviamente enganei-me. Um tipo capaz de festejar numa noite em que Cavaco ganha eleições não merece o meu voto.