segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cinco conclusões eventualmente precipitadas

1. Cerca de 75 por cento dos votos expressos nas eleições presidenciais ficaram concentrados nos representantes da união nacional que se governa em Portugal há 80 anos. A maioria dos portugueses, porém, não quer saber; encolhem os ombros, como faziam no tempo da outra senhora. São cúmplices.

2. Sobre o indivíduo que vai continuar a ser o chefe desta espécie de Estado, já disse o que tinha a dizer. Lamento, portanto.

3. Para além das restantes e já conhecidas habilidades, Cavaco ainda aprendeu entretanto, com o ignóbil Rio, a (pelo vistos) muito apreciada arte de sacudir água do capote diabolizando a imprensa. Um dia haverá uma só verdade: a que eles quiserem.

4. A votação demonstra, outra vez, que os portugueses não querem saber de que cepa são feitos aqueles que governam o país. Os jornalistas não servem para nada. Devia, por isso, passar a identificar-me como lixeiro, até porque não estou a ver nenhuma outra actividade na qual um inútil como eu possa ganhar a vida. Mas talvez experimente a política.

5. Votei em Fernando Nobre, mas obviamente enganei-me. Um tipo capaz de festejar numa noite em que Cavaco ganha eleições não merece o meu voto.