sexta-feira, 24 de julho de 2009

Carta aberta

Excelso engenheiro:
Compreendo bem a solidão em que actualmente viverá, ainda por cima cônscio de que é mais popular no estrangeiro do que entre os compatriotas a que tem devotado o seu incansável e genial labor. Há-de ser particularmente doloroso, imagino, estar na posição de ter a consciência de que ainda está para nascer o português que, em matéria de défice, se lhe possa equiparar, motivo pelo qual venho, por este meio, comunicar-lhe que tentarei hoje mesmo conceber essa desejada criança. Para tanto me postarei defronte da Faculdade de Ciências, disponível para procriar com alguma aluna de Matemáticas que por ali circule o desejado que, finalmente, possa assegurar o futuro da pátria, sucedendo humildemente a si, senhor engenheiro, e ao doutor Oliveira Salazar, que deus o tenha, também ele um especialista nisso de enfrentar o défice com o mesmo arrojo temerário que, em gloriosos tempos, os corajosos lusitanos dedicaram ao Adamastor.
Cordialmente, um seu criado