Talvez o vício da leitura seja uma espécie de autismo; uma forma de isolamento do desconcertante mundo que nos cerca e, consequentemente, de evasão num universo alternativo e paralelo. Uma doença, seja como for, embora, tal como no autismo, deva ser considerada a existência de diferentes graus de gravidade da maleita. Por exemplo: o facto de alguém, no dia em que fazemos 54 anos de idade, nos oferecer um livro sobre um sujeito de 54 anos que, desencantado com a vida, decide matar-se, não tem de ser visto necessariamente como uma sugestão velada. Pode tratar-se de uma simples coincidência.