Embora totalmente alheio ao direito internacional ou à mais singela ideia de humanidade, o plano de negócios de Trump para Gaza não é de todo mal esgalhado. Uma Riviera do Médio Oriente, onde caibam dois ou três Casinos Trump, mais uns quantos hotéis e condomínios de amigalhaços, constitui, à partida, dinheiro em caixa.
O empreendimento tem também a vantagem de clarificar o verdadeiro objetivo de 15 meses de guerra, após a conveniente distracção dos serviços secretos israelitas que permitiu o ataque do Hamas em Outubro de 2023. Ao contrário do que foi anunciado, a invasão de Gaza não visou «a libertação de todos os reféns» e a «destruição total do Hamas», já que nenhuma das coisas aconteceu e Netanyahu acabou a negociar um cessar-fogo, coisa que garantiu várias vezes que não faria.
O exército de Israel foi pura e simplesmente usado como equipa de demolição dos inestéticos edifício de Gaza e como instrumento para reduzir a pressão demográfica, de modo a que Trump e os parceiros de negócio não tenham de arcar com a despesa de esvaziar a futura Riviera de todos aqueles estorvos.