- É que não consigo ver que bem podem fazer as escolas.
- Criarão novas necessidades.
- Tanto pior - disse Lióvin, exaltando-se -, uma vez que o povo não está em condições de as satisfazer. (...) só há um remédio eficaz, uma situação económica que permita ao povo enriquecer e lhe dê paralelamente mais tempo livre. Então, mas só então, poderá beneficiar das escolas.
Anna Karenina, de Lev Tolstói, é deliciosamente político. Simpatizo muito com Lióvin, o aristocrata que prefere morar no campo e ceifar com os trabalhadores, cuja vida procura melhorar, que insiste em pensar pela própria cabeça e não transige com as ideias feitas e com as modas do momento. São cada vez mais raros, os Lióvin, no tempo acéfalo do #hashtagismo.