segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Anexins


Divirto-me bestialmente com as conversas das pessoas em Castelo de Vide. Parte da diversão reside no facto de quase ninguém ser referido pelos nomes próprios, mas sim pelos anexins (uma espécie de alcunhas), cada qual mais hilariante do que o anterior. Rio-me tanto que, um dia destes, o Gato, amigo do meu primo Cobra, parou o carro na Carreira de Baixo para me entregar em mão uma lista bastante extensa dos anexins em vigor na vila, de APP a Zucrina (existe também uma recolha em livro, disponível aqui). Lá estão o meu amigo Ceroulas, os meus primos Barraquim e Pavió, o saudoso Vinte e Sete, o enganador Passarinho e o eterno Chalana, a servir às mesas da esplanada igualzinho ao que era há trinta anos. Mas também, claro, o Bailarina, o Acha Alfinetes, o Amor Dormido, o Bate Estradas, o Beatriz Costa, o Bigodes de Arame, o Cabeça de Alambique e o Caga Lume, a Camponesa Artista, o Cara de Sapo, a Chica Marmela, o Chico dos Garrafões, a Dama das Camélias e o Cu de Pêra, o Doutor Tinto e o Doutor Porco, o Espanta Cães, o Gasolina, o Fome Negra, o Mãe Santíssima, o Malagueta, o Mama na Burra, a Margarida dos Cinco Réis, a Maria do Cu Redondo, o Meia Arroba, o Mentira Fresca, a Miss Carranca, o Mosca Pranha, o Papa Gelados, o Picha Preta e o Pichorra, para não falar do Pisa Flores, do Pilha Galinhas, do Punhetas, do Quatro Orelhas, do Rei do Petróleo, da Rosa dos Palheiros, do Ventas de Patrulha, do Zé Pichinhas, do Vicentinho das Bufas, do Código Postal ou do Tira Peles. Mas a lista é imensa e não pretendo aborrecer-vos. Para isso lá está o Chato.