Certos dias tornam-se inesperadamente felizes. Hoje, por exemplo, bastaria ter o rádio ligado à hora, sempre tão auspiciosa, a que a TSF emite os Sinais do Fernando Alves.
Admiro o Fernando Alves há muitos anos — pela imensa cultura, pela beleza que encontra e revela nas palavras comuns, pelo modo de abrir as páginas das notícias como quem abre janelas e deixa entrar revoadas, pelo assombro que as suas histórias transmitem a quem as escute. As crónicas dele são, ao mesmo tempo, texto, música e poesia. É uma referência absoluta, um daqueles que dignificam e dão sentido à profissão que escolhi (e que perdi tão cedo).
Escutá-lo esta manhã, enquanto folheava o meu Tropel e o lia, foi, também por isso, uma coisa que me arrepiou muitíssimo. Muito obrigado, Fernando.