sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Nem sei o que diga, Zé
Acabo de saber que morreu o José Queirós. Foi com ele a minha primeira entrevista de emprego, vai fazer 30 anos, da qual viria a resultar a minha entrada precoce no mundo do trabalho, na redação de um jornal que o Zé se atreveu a sonhar. O Público que ele ajudou a criar era um projecto condenado ao fracasso, desde logo porque era muito melhor do que o país em que nasceu. Mas o Zé acreditava que o país podia mudar e que o jornalismo de qualidade podia ajudar a mudar o país. Acreditava no trabalho, na honestidade, nos valores éticos e nas pessoas. Enganou-se e creio que, de algum modo, sofria com isso. Agora acabou, Zé. Mas nem sei o que te diga. Eu não te esqueço e vou continuar a sentir a tua falta, a sentir saudades do jornal, do país e do mundo que não vão ser como sonhaste.