sexta-feira, 21 de junho de 2013

É bem-feito se não houver São João. Pode ser que aprendam alguma coisa




















O próximo domingo à noite devia ser só mais uma noitada de São João no Porto, mas o presidente da câmara, reconhecido pela justiça portuguesa como um rematado energúmeno, entende que, sem ordem expressa do governo, a segunda-feira não é feriado. Em Lisboa não houve problema nenhum, festejou-se o Santo António e o Terreiro do Paço, o Parlamento e os outros serviços fecharam religiosamente as portas. No Porto, porém, Rui Rio lembrou-se de que, estando o mandato a chegar ao fim, ainda lhe faltava destruir uma das últimas coisas boas da cidade e inventou um problema apenas com o fito de afrontar o Governo do seu partido, empenhado como está, desde há muito, em ser indigitado como o próximo salvador da pátria.

Pessoalmente, o mais recente ataque de Rio ao imaginário dos portuenses não me incomoda. Estou desempregado e até posso deitar-me só na quarta-feira ao nascer do sol que ninguém tem nada a ver com isso. Porém, e apesar de Rui Rio, ainda há alguns portuenses com emprego, os quais, se calhar, vão ser obrigados a ir trabalhar na segunda-feira de manhã por força da peculiar interpretação do autarca.

No fundo, percebe-se. Rui Rio nunca gostou particularmente do Porto ou do São João, em cujos bárbaros festejos participa a bordo de um barco, separado do povo e apenas, presumo, para fiscalizar se o fogo-de-artifício explode de acordo com os regulamentos. Não tem, portanto, grande responsabilidade pela última das merdas que lhe saíram da carola. A culpa, é bom de ver, é dos portuenses que votaram nele. Espero que sejam todos obrigados a trabalhar e, de preferência, que lhes sejam atribuídas tarefas muitos penosas e porcas.