O Artista, de Michel Hazanavicius, é um exercício cinematográfico interessante, não tanto por evitar as inovações tecnológicas dos últimos cem anos, mas sobretudo por recuperar a pureza do acto de contar uma história com simplicidade e eficácia, prestando tributo à sublime arte do melodrama e homenageando as vítimas e os inadaptados que todos os solavancos técnicos acabam por provocar. A banda-sonora é impecável. Tem meia dúzia de pormenores absolutamente deliciosos. E o sorriso de Bérénice Bejo, convenhamos, vale por mais de mil palavras.