sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cabeças de pote


Ao sábado, às vezes, aproveito a hora do almoço para me empanturrar de coisas boas, rojões da barriga com batatas a murro e páginas do jornal El País. Hoje, já servido da meia garrafa regulamentar de Cabeça de Pote, e enquanto os populares rojões não vinham, fui abrindo o apetite com esta crónica do Manolo Rivas. Poderá parecer, a quem o leia, que nada do que ali está escrito nos diz respeito, que o juiz Garzón é um assunto distante e pitoresco, puramente espanhol, estrangeiro e estranho. Nada mais errado. Também por cá há quem esteja brindando de cada vez que uma voz se cala, que um posto de trabalho se extingue, que um direito se perde ou que um bem público passa para mãos alheias. Se pudéssemos todos perceber isto, outro galo cantaria. Mas é mais fácil esconder a cabeça no pote.