No fundo, a fama e a celebridade estão ao alcance de qualquer um. Tudo vai de um indivíduo ser pouco dotado de amor próprio e estar disponível para aproveitar as oportunidades que lhe saiam ao caminho. Foi o que eu fiz. Hoje armei-me aos cágados e estive num canal de televisão por cabo a palpitar durante quase dez minutos.
Eu sabia que, mais dia menos dia, isto acabava por acontecer; que, no dia em que me estreasse como comentador da actualidade na televisão, contaria, quase de imediato, com uma legião de seguidores. Pois aconteceu exactamente como previra. Fui ao jornal 18/20 da RTP Informação e, mal saí dos estúdios do Monte da Virgem (a propósito: bonito topónimo), a caminho do metro, percebi que já estava a ser perseguido. Alertado pelo ruído, olhei furtivamente para trás. Não me enganei: era um saco de plástico do Continente soprado pelo vento.