terça-feira, 26 de abril de 2011
Ulisses, relatório de leitura
O Ulisses não quadra bem com as tardes de sol à beira-mar. Qualquer movimento ao redor, uma gaivota passando, um gesto de alguém, o guincho de uma criança, o vento no cabelo, tudo me distrai, tudo me faz voltar os olhos a um lado e outro (ou deverei dizer voltivoltear os divagolhos?), não sei exactamente se para me certificar do que existe à volta ou se, apenas, para fugir do livro. Recomeço e recomeço e recomeço a leitura. Aborreço-me e regresso precipitadamente a casa. Apesar de tudo, já passei a página duzentos. Esta manhã, por exemplo, prendeu-me a atenção a descrição de um cartaz de um combate de boxe, Myler Keogh contra o sargento Benett, o qual estava marcado para o dia do meu aniversário. A "droga da coisa", porém, já tinha acontecido, o que me pareceu muitíssimo conveniente. Devia suceder com todos os meus aniversários e todos os dias santos, todas as celebrações "obrigatórias" - já terem passado quando se reparasse nelas.