sábado, 30 de outubro de 2010

A improdutividade da vigésima quinta hora

Também invejo espectacularmente, para que conste, as pessoas que conseguem sobreviver com três, quatro ou cinco horas de sono por dia, ou por noite, que para o caso tanto dá. Com menos de oito horas de cama eu não sou ninguém e, mesmo assim, é possível que me erga do leito por obrigação e complexo de culpa judaico-cristã, por não estar a aproveitar devidamente os fulgores da manhã, e passe depois o dia envergando um par de negras e fundas olheiras.

O dia de amanhã, por força da mudança dos fusos horários, vai, parece, ter 25 horas em vez das 24 do costume, mas, ao contrário do que sucede aos indivíduos muito dinâmicos e atarefados, uma hora a mais ou a menos não me faz diferença absolutamente nenhuma. Sou profundamente improdutivo e a vigésima quinta hora que o próximo dia terá passá-la-ei a dormir, é o mais certo, ou a ver televisão ou a praticar qualquer outra actividade igualmente estúpida e inútil. Eis, no fundo, o que eu valho e o que sou.