A Galp, denominação oficial de um reputado bando de trampolineiros, anunciou a abertura de um posto de abastecimento de combustível low-cost em Setúbal e os órgãos de comunicação social foram em peso, obedientes, conhecer a novidade e ouvir as explicações da companhia: que se trata de um combustível mais simples e, por isso, mais barato; que nunca disseram que a gasolina vendida pelos hipermercados era de má qualidade; que...
O consumidor, não sendo totalmente desprovido de neurónios, percebe perfeitamente o que se passa: como não aprecia o roubo descarado, passou a encher o depósito onde a gasolina é mais barata. Eu, por exemplo, há mais de um ano que não abasteço em postos das marcas e, sempre que estou próximo da fronteira, vou a Espanha poupar umas coroas. Multiplique-se isto por algumas centenas de milhares de pessoas e facilmente se percebe que a Galp está a levar no pêlo e que, por isso, passou a tentar competir com os postos onde a gasolina é mais barata.
A despeito da ruidosa apresentação de Setúbal, aliás, já funciona em Gaia, há mais de um mês, uma bomba da Galp onde os combustíveis são mais baratos (“de qualidade a preços baixos”, garante a publicidade no local). Trata-se, curiosamente, do posto que antes era explorado pelo Continente da Arrábida e que a Petrogal deve ter comprado para eliminar a concorrência. A gatunagem é mesmo assim: ágil.