quinta-feira, 15 de julho de 2010
É entrar, é entrar. Venham conhecer o fufunismo
Aproximem-se as belas moças e as gentis senhoras. Venham ver. Saibam tudo, ou quase tudo, sobre a secreta arte do fufunismo. Se não conhecem, tanto melhor, talvez seja este o tempo certo, o momento exacto, a hora agá para penetrar nos seus segredos mais íntimos, nos seus truques, nos recônditos e nos convexos, na minuciosa e fescenina arte que pode mudar a sua vida, torná-la melhor do que é, pô-la de pernas para o ar.
A expressão “fufunismo”, segundo o jornal Corriere dela Sera, foi inventada em Janeiro passado pela edição francesa da revista Elle. Não consegui confirmar esta preciosa informação, mas, dali, a palavra terá passado, num ápice, para as bocas do mundo (salvo seja!), sobretudo em França, onde as mulheres parecem particularmente empenhadas na prática fufunista. O fufunismo passou a ser assunto dominante nas páginas da internet dedicadas às subtilezas femininas e fala-se mesmo de um boom do fufunismo em França. Os mais recatados benzem-se e vêem em toda esta loucura uma clara interferência do demo e o triunfo do pecado, Sodoma a Gomorra, pouca-vergonha que eu sei lá.
Como o mal e o bem são, de um modo geral, uma questão de perspectiva, os adeptos e praticantes do fufunismo descrevem as fufunistas como mulheres que se preocupam com as pilosidades do seu corpo, buscando o cálice sagrado da depilação integral, o nec plus ultra da remoção dos pelos púbicos, devolvendo ao sexo a aparência, nua e glabra, com que se nasceu. A alternativa, informa-se, é o chamado “bilhete de metro”: tiram-se todos os pêlos supérfluos, excepto uma pequena tira do tamanho do bilhete do metropolitano de Paris, bastante mais amistosa, neste caso, do que o extraordinário bilhete Andante.