sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vinte e três horas

Sou um aprendiz na arte de apagar o que escrevo. Creio, de resto, que alguém devia ter assumido a responsabilidade de me ensinar este lavor numa idade muito mais tenra. Agora, paciência, vejo-me obrigado a aprender sozinho as vantagens do arrependimento e, na medida do possível, a poupar à humanidade o convívio com algumas das minhas torpezas. O Teatro Anatómico é, aliás, um instrumento muito útil, na medida em que o formato electrónico torna muito fácil o exercício de corrigir e apagar textos. Corrijo e apago, pois. Ainda ontem, por exemplo, apaguei um texto que aí estava, relativo ao facto de, segundo o Google Analytics, ter havido alguém que, em Braga, estivera três horas e meia a olhar para este blogue. O caso pode, porém, ser muitíssimo grave, na medida em que os dados mais recentes indicam que alguém de Braga passou ontem mais de vinte e três horas ligado ao Teatro Anatómico. E hoje, ao fim de meio dia, já estão registadas doze horas, vinte e cinco minutos e cinquenta e cinco segundo de leitura do Teatro Anatómico a partir de um computador em Braga. Estou em pânico. Creio que alguém morreu e deixou o computador ligado. E temo que o malogrado indivíduo possa ter morrido por força de alguma coisa extremamente inconveniente e má que eu aqui tenha escrito. Isto é sério. Alertem, por favor, as autoridades competentes