sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Campanhã

Por motivos que não vêm ao caso, tive ontem de apanhar um autocarro para a parte mais remota da freguesia de Campanhã, no Porto. A despeito das sucessivas promessas de transformação deste arrabalde feitas por sucessivos presidentes de câmara (Fernando Gomes, Rui Rio, Rui Moreira), Campanhã continua essencialmente igual: os autocarros velhos circulam por quelhas onde mal conseguem fazer as curvas, rasando pequenas casas degradadas, escombreiras e um mato selvagem, plangente sob a chuva e as ventanias de novembro. Há, é verdade, avenidas novas, bairros sociais em obras de camuflagem, um parque urbano, wi-fi. Mas, trinta anos depois, Campanhã continua tão periférica, triste e abandonada como era, mais apartada da cidade e da urbanidade do que a maior parte das vilas do interior.