Cruzei-me com João Ubaldo Ribeiro, o escritor baiano, numa das primeiras edições das Correntes d'Escritas. Ele movia-se com dificuldade de um lado para o outro e depois estacionava diante do balcão do bar do hotel. Por trás dos óculos, espremia os olhos num permanente esgar de riso, denunciando o humor e a verrina do narrador de
Viva o Povo Brasileiro ou de
A Casa dos Budas Ditosos; o irónico
Sorriso do Lagarto. João Ubaldo, o homem, sofria para ir de um sítio para o outro. O escritor que vivia dentro da cabeça dele sorria sempre. Talvez para sempre. Viva ele.